A última hora - filme
Postado por Maha - | Categorias: , ]

Documentário ecológico - "The 11th Hour " - consagra o ator Leonardo DiCaprio como o novo garoto propaganda do meio ambiente.

A grande dificuldade em falar sobre um filme é o cuidado que se deve ter para não estragar todas as surpresas. No caso de A Última Hora (The 11th Hour), a primeira delas, para a maioria das pessoas, é ter Leonardo DiCaprio no comando de sua produção e narração.

Antes de ir para Los Angeles entrevistar o ator, confesso que fazia parte do grupo que apenas tinha ouvido falar que ele usa carro híbrido, prefere não usar jatinho particular para viajar, fecha a torneira enquanto escova os dentes... "Não faz mais que a obrigação", pensei. Pois descobri que DiCaprio pensa da mesma forma. 

Para começar, ele é membro de algumas ONGs ambientalistas, como a NRDC (Natural Resources Defense Council) e a Global Green USA. Apóia as organizações sem fins lucrativos Dian Fossey Foundation, Reef Check, Oceana, Santa Monica's Heal The Bay, the U'wa Defense Project e TreePeople. Ele também criou uma fundação - Leonardo DiCaprio Foundation - focada em assuntos ecológicos, assim como o site do projeto. 

Aliás, o site foi o primeiro divulgador de produções ecológicas lideradas por DiCaprio. Já em parceria com as irmãs Nadia Conners e Leila Conners Petersen (também diretoras de A Última Hora), fizeram Global Warning, em 2001, e Water Planet, em 2004. "Depois que lançamos os curtas e recebemos pedidos para nos inscrever em festivais, resolvi que era hora de investir em algo de maior alcance", lembra o ator. 

Escolhida a equipe de direção e produção de A Última Hora, era preciso encontrar as demais vozes e rostos do documentário. DiCaprio foi atrás de Kenny Ausubel, um dos fundadores da Bioneers, uma rede de cientistas, empreendedores e cidadãos que explora soluções práticas aos desafios ambientais, econômicos e sociais. 

"Eu fui a uma conferência da Bioneers e roubei os entrevistados", brinca o ator. Ausubel, que também estava na sala durante a entrevista, ri e completa: "E nós ficamos felizes de sermos roubados". 

Nesse clima de parceria, a lista de entrevistados chegou a 70 nomes e 150 horas de entrevistas. "A base do filme foi ir atrás de especialistas e realmente ouvir o que eles tinham a dizer, incansavelmente", explica DiCaprio. 

Entre esses entrevistados estão líderes políticos, cientistas e pensadores como ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev, o cientista Stephen Hawking, e os especialistas em design sustentável William McDonough e Bruce Mau. A edição final conta com 54 entrevistados e 91 minutos. 

O filme começa mostrando a situação atual do Planeta. A sensação é a de que você está diminuindo de tamanho enquanto imagens de desastres - nem tão naturais - como tsunamis, o Katrina, desmatamentos, fome, miséria e muito lixo aparecem na tela. Enquanto isso, os especialistas explicam o que está errado, as batalhas já perdidas e a guerra que ainda está por vir: a guerra pela sobrevivência. 

Kenny Ausubel faz uma constatação: "O meio ambiente irá sobreviver. Nós é que corremos o risco de não sobreviver ou podemos viver num mundo em que não queremos viver". 

Já Thom Hartmann, autor "The Lest Hours of Ancient Sunlight", tenta encontrar as raízes do problema. "Não se trata de questões tecnológicas ou do excesso de dióxido de carbono, assim como não se trata apenas de desperdício. Tudo isso são sintomas do problema, que é o modo como pensamos. O problema é, fundamentalmente, um problema cultural". 

Entre uma e outra participação, DiCaprio aparece na tela para fazer um comentário e partir para um novo tópico. "Eu queria mesmo representar o papel de alguém que está investigando esse assunto. E como cidadão dos Estados Unidos, encontrar algumas respostas. Com esperança, as pessoas irão ver esse filme e aprender algo", conta o ator, um tanto humilde. 

Se você assistiu a "Uma Verdade Inconveniente" (An Inconvenient Truth) e ficou meio perdido com os números e a quantidade de informações, talvez esse filme seja um pouco mais agradável. Não porque deixa de mostrar dados ou porque tem a participação de um rostinho bonito, mas porque investe no diálogo. 

É como se todos estivessem numa conferência e pudessem participar da discussão de alguma maneira. É verdade que às vezes é possível sentir falta da conclusão de um pensamento, mas nada que comprometa o entendimento do filme. 

A pergunta é para todos: se o mundo é nossa casa, por que a gente aceita viver nessa sujeira? A Última Hora continua enfatizando que esse é o último momento para agir, mas muda de ritmo e perde um pouco do terror inicial - passa a mostrar os pequenos grandes gestos, as soluções possíveis e o mais importante: que é preciso se envolver. 

A maior vontade que dá é sair dali mesmo e vender o carro para comprar uma bicicleta, separar o lixo, desligar as luzes... literalmente salvar o mundo. E aí reside a eficiência do documentário.

DiCaprio diz que se conseguir despertar esse sentimento em todos, a missão será cumprida. E diz, como se fosse óbvio: "Nós é que estamos vivendo nesse Planeta, agora. Por isso, nós somos a geração que deve se mover para mudar algo, fazer com que sejam implementadas soluções simples. Nem deveríamos pensar nisso, deveria ser algo natural acordar e ajudar o meio ambiente".

Fonte: Lívia Vilela - Planeta Sustentável

Nenhum comentário ainda, Seja o primeiro!!!

Postar um comentário

Faça seu comentário, será bem vindo!
Todos os comentários serão moderados, então por favor não escreva ofensas ou faça alusões a qualquer tipo de preconceito.

Os comentários dos leitores não refletem as opiniões do blog.

Posts Relacionados